A China é o principal destino da carne do Brasil e a disseminação da COVID-19 dentro dos frigoríficos brasileiros acabou influenciando nesta relação. Desde o novo foco de COVID-19 no país asiático, após o vírus SARS-CoV-2 ter sido detectado em uma tábua de cortar salmão em um mercado chinês, o país tornou-se mais rigoroso nas suas importações. Com isso, as importações de carnes de alguns frigoríficos brasileiros tem sofrido suspensões. 

 

A COVID-19 e os frigoríficos brasileiros

A COVID-19 espalhou-se de forma desastrosa pelo mundo e atualmente o Brasil ocupa o cargo de segundo país com o maior número de casos da doença. Até o momento, o país já registrou mais de 1,5 milhões de casos confirmados, com mais de 65 mil óbitos.

Um dos setores que mais gera preocupação são os frigoríficos. Nestes locais, devido à própria natureza do trabalho, a doença tem se espalhado com maior facilidade. Este fato já levou diversas indústrias deste segmento a interromperem suas atividades.

As empresas que processam carnes são consideradas serviços essenciais, e necessitam permanecer funcionando para garantir o abastecimento da população. Porém, este segmento possui particularidades que facilitam a disseminação da COVID-19. Entre elas podemos citar a dificuldade de manter o distanciamento mínimo necessário, a baixa taxa de renovação do ar e os locais fechados.

Somado a isso, temos o fato do Brasil ser um dos mais importantes exportadores de carne, seja ela bovina, suína ou frango. A China é o principal comprador da carne brasileira. Em maio de 2020, por exemplo, 65% das exportações de carne bovina brasileira tiveram como destino China e Hong Kong. 

 

O impacto da COVID-19 na exportação de carne brasileira

Recentemente, um novo foco da COVID-19 foi notificado na China. O caso repercutiu pelo mundo e fez com que o país se tornasse mais rigoroso em suas importações de carne. O novo foco da doença esteve relacionado com uma tábua de cortar salmão em um mercado chinês. O produto era importado e acabou fazendo com que a China tomasse algumas medidas de contenção. 

Com isso, a China passou a temer novos focos da COVID-19 no país relacionado a produtos importados. Logo, passou a exigir dos seus exportadores de carne uma certificação de produto livre do novo coronavírus.

A grande disseminação da COVID-19 dentro dos frigoríficos brasileiros acabou tornando-se um problema de escala mundial. Recentemente a China vetou a importação de carne suína de dois frigoríficos brasileiros. Com estes, já somam seis os frigoríficos impedidos de exportar carne para o país asiático.

 

Como as empresas podem agir para evitar este problema?

Os milhares de casos notificados entre trabalhadores de frigoríficos, trouxeram grande preocupação e um olhar mais atento para este setor. Com isso, mais uma vez podemos destacar a importância das ações preventivas para evitar maiores prejuízos. Atualmente diversas empresa já buscam agir de tal maneira e o gasto com investimento em segurança se torna incomparável quando relacionado com as perdas geradas por estes bloqueios.

O momento que estamos vivendo exige ainda mais atenção e cuidado em relação a segurança dos alimentos. E para isso, garantir tanto a saúde dos colaboradores como um local de trabalho seguro se torna extremamente importante.

Visto a atual situação epidemiológica do Brasil frente a pandemia da COVID-19, métodos capazes de testar todos os colaboradores da empresa periodicamente, permitem a rápida identificação de casos positivos da doença, evitando maiores problemas relacionados a sua disseminação. Além disso, métodos que permitem analisar os ambientes também estão sendo buscados por diversas empresa. Estes métodos envolvem um monitoramento periódico dos principais pontos de toque dentro das empresas, permitindo uma validação dos processos de higienização realizados.

Frente ao recente problema envolvendo o novo foco da COVID-19 na China, novos métodos foram desenvolvidos com o objetivo de garantir a segurança dos alimentos exportados. Sendo assim, apesar de não existirem evidências de que o novo coronavírus possa ser transmitido pelos alimentos, análises realizadas nos mesmos servem para dar mais segurança para a exportação.

 

Referências

China: otimismo e alerta para a pecuária de corte do Brasil. FarmNews, 22 de jun de 2020. Disponível em: <http://www.farmnews.com.br/mercado/pecuaria-de-corte-4/>. Acesso em: 7 de jul de 2020.

China suspende importação de frango de frigoríficos do RS. G1, 30 de jun de 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/06/30/china-suspende-importacao-de-frango-de-frigorificos-do-rs.ghtml>. Acesso em: 7 de jul de 2020.

China suspende importação de mais dois frigoríficos no RS em meio a receio sobre Covid-19. G1, 5 de jul de 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/07/05/china-suspende-importacao-de-mais-dois-frigorificos-no-rs-em-meio-a-receio-sobre-covid-19.ghtml>. Acesso em: 7 de jul de 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Painel Coronavírus. Disponível em: <https://covid.saude.gov.br/>. Acesso em: 7 de jul de 2020.

Por que os frigoríficos são foco de disseminação do coronavírus. Nexo, 15 de mai de 2020. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/05/15/Por-que-os-frigor%C3%ADficos-s%C3%A3o-foco-de-dissemina%C3%A7%C3%A3o-do-coronav%C3%ADrus>. Acesso em: 7 de jul de 2020.

Principais importadores de carne bovina do Brasil em outubro de 2018. FarmNews, 7 de nov de 2018. Disponível em: <http://www.farmnews.com.br/mercado/principais-importadores-de-carne-4/>. Acesso em: 7 de jul de 2020.