Um novo foco de COVID-19 na China, relacionado a uma tábua de cortar salmão, reacendeu a possibilidade dos alimentos serem ou não potenciais meios de disseminação do vírus. Ainda não existem dados reportados sobre a transmissão da doença por alimentos, porém o novo foco da COVID-19 associado ao mercado de Pequim levantou este questionamento.

 

Coronavírus em tábua de cortar salmão

Um novo foco de coronavírus na China, país onde a doença emergiu e há mais de 50 dias não detectava novos casos da doença, pode estar associado a um salmão importado pelo país.

Até o momento, não há evidências de que os alimentos possam ser potenciais meios de transmissão do vírus. Porém, a detecção do mesmo em uma tábua de cortar salmão em um mercado chinês acendeu esta discussão. 

A preocupação surgiu após novos casos da COVID-19 terem sido confirmados e existir algo em comum entre eles: todos estarem relacionados ao mercado Xinfadi. No estabelecimento trabalham diariamente mais de 10 mil pessoas e 80% dos alimentos consumidos na capital chinesa, Pequim, passam pelo mercado. Após o novo surto, foram diagnosticados 45 funcionários do mercado positivos, e que estavam assintomáticos.

Com isso, a China passou a intensificar o controle da carne importada pelo país. Além disso, o país chegou a fechar alguns mercados e centenas de outros foram desinfetados. No mês de abril o país importou mais de 860 mil toneladas de carne e miúdos, sendo o Brasil uma das principais origens desses produtos. 

O novo foco da COVID-19 na China associado ao mercado Xinfadi repercutiu mundialmente. O mercado de carnes também sofreu impacto, uma vez que a China ampliou as inspeções nas importações do produto. A grande processadora de carnes dos Estados Unidos, Tyson Foods, teve suas exportações de produtos avícolas para a China suspensas, após diversos casos da COVID-19 terem sido confirmados na unidade. Além da Tyson Foods, a unidade processadores de carnes Toennies, na Alemanha, também teve sua exportação de carne suína para a China suspensa, após um surto de COVID-19 dentro da fábrica.

Além disso, o mercado de grãos também sofreu impacto. Os compradores chineses de soja estão solicitando que seus exportadores garantam cargas livres do novo coronavírus.

Ainda não se sabe a origem do vírus detectado na tábua de cortar salmão, e diversas hipóteses podem ser levantadas, mas o fato é, o cuidado durante a manipulação dos alimentos deve ser ainda mais rigoroso neste momento. E para isso, a biologia molecular pode auxiliar diretamente.

 

Como a biologia molecular pode auxiliar as empresas neste momento?

No cenário da pandemia causada pela COVID-19, a biologia molecular pode auxiliar na garantia de um ambiente mais seguro dentro das empresas. Análises que permitam que colaboradores e ambientes de processamento sejam testados, estão sendo grandes aliadas das empresas neste momento. Estas análises utilizam a técnica de PCR, um método de alta sensibilidade, que detecta diretamente o material genético do vírus.

A detecção do novo coronavírus na tábua de cortar salmão no mercado chinês reforçou a importância de um local seguro para produção dos alimentos. Esta segurança envolve tanto um cuidado com a saúde dos colaboradores quanto com o monitoramento do ambiente de trabalho. Além disso, a periodicidade deste controle permite que as empresas tenham mais confiança nos seus processos.

A biologia molecular também é aliada na detecção do vírus no próprio alimento. Diversos vírus já conhecidos são responsáveis por Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) e os métodos baseados em biologia molecular são responsáveis pela sua identificação. Nos últimos anos, os vírus transmitidos por alimentos se tornaram uma preocupação para a indústria de alimentos.

Tendo em vista a preocupação do mercado com a segurança dos alimentos produzidos, a Neoprospecta disponibiliza testes de detecção do vírus SARS-CoV-2 em alimentos. Caso queira saber mais sobre este novo teste, clique aqui e fale diretamente com nossos especialistas de produto.

 

Referências:

BOSCH, A. et al. Foodborne viruses: Detection, risk assessment, and control options in food processing. International Journal of Food Microbiology, v. 285, p. 110-128, 2018.

Chineses pedem que exportador garanta cargas de soja livres de coronavírus. G1, 23 de jun de 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2020/06/23/compradores-chineses-de-soja-pedem-que-exportador-garanta-cargas-livres-de-virus.ghtml>. Acesso em: 24 de jun. de 2020.

China suspende importações de carne suína de unidade alemã após surto de COVID-19. G1, 18 de jun de 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2020/06/18/china-suspende-importacao-de-carne-suina-de-unidade-alema-apos-surto-de-covid-19.ghtml>. Acesso em: 24 de jun de 2020.

China suspende importações de frigorífico americano após casos de COVID-19. G1, 22 de jun de 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2020/06/22/china-suspende-importacoes-de-frigorifico-americano-apos-casos-de-covid-19.ghtml>. Acesso em: 24 de jun de 2020.

Coronavírus: por que as autoridades chinesas culpam o salmão pelo novo foco de covid-19. BBC, 18 de jun de 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53093331>. Acesso em: 18 de jun de 2020.

Depois do salmão importado, suspeito de Covid-19, China testa carnes. Exame, 16 de jun de 2020. Disponível em: <https://exame.com/estilo-de-vida/depois-do-salmao-importado-suspeito-de-covid-19-china-testa-carnes/>. Disponível em: 18 de jun de 2020.

China detecta um novo surto de coronavírus ligado ao principal mercado de Pequim. El País, 13 de jun de 200. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/internacional/2020-06-13/china-detecta-um-novo-surto-de-coronavirus-ligado-ao-principal-mercado-de-pequim.html>. Acesso em: 18 de jun de 2020.