A água é um elemento muito utilizado pela indústria e requer um rígido controle de qualidade pois, além de ser usada em diferentes etapas do processo produtivo, impacta diretamente a qualidade do produto final.

A água é um elemento indispensável para a vida. É utilizada para consumo, higiene, alimentação, irrigação, produção industrial, dentre outras diversas aplicações.

Na indústria, os requisitos de qualidade da água dependem do tipo de processamento e do que é produzido. Mas a maioria dos processos industriais necessita que os parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos da água estejam dentro dos limites estabelecidos pela legislação, além de atender ao padrão de potabilidade e não oferecer riscos à saúde.

Nesse contexto, o controle microbiológico torna-se uma importante ferramenta para o setor industrial, pois garante a qualidade da água utilizada no processo produtivo e a segurança do consumidor.

 

A importância da água para a indústria

Atualmente, a indústria consome cerca de 22% da água disponível no planeta. E diferentes tipos de água são usadas pela indústria, como água potável, purificada, reagente ou ultrapurificada, e todas elas precisam ser de boa qualidade. Isso porque a qualidade da água é decisiva para qualquer produto industrializado, pois impacta diretamente a saúde e bem estar do consumidor.

Na indústria a água pode ser utilizada em diferentes etapas do processo produtivo e também para diferentes finalidades: matéria prima (na indústria alimentícia, cosméticos), na preparação de soluções, em operações de lavagem, limpeza e esterilização ou ainda para a geração de energia. E a qualidade dessa água utilizada precisa ser verificada por meio de rígidos controles microbiológicos, a fim de evitar a contaminação por microrganismos.

 

A contaminação por microrganismos

A contaminação da água pode ocorrer por meio de microrganismos (bactérias, vírus, parasitas, toxinas naturais), produtos químicos, agrotóxicos, metais pesados, entre outros contaminantes. Dentre os microrganismos responsáveis pela contaminação da água, destacam-se os bastonetes gram-negativos, os coliformes fecais e totais, os enterovírus e os cistos/oocistos de protozoários.

Como a água utilizada deve ser livre de microrganismos patogênicos ou bactérias que indiquem contaminação fecal, durante a análise microbiológica é possível utilizar um “microrganismo indicador”, ou seja, um microrganismo que apresente uma correlação com os riscos à saúde resultantes da contaminação.

De forma geral, o “microrganismo indicador” deve possuir as seguintes características: ser de fácil identificação; ter origem exclusivamente fecal; ser resistente aos processos de tratamento; e estar em maior quantidade do que os outros microrganismos patogênicos.

A dificuldade em encontrar um único “microrganismo indicador” que caracterize a contaminação da água pode tornar as análises microbiológicas mais complexas e caras, mas ainda assim, extremamente necessárias.

 

As consequências da contaminação

Dentre as principais consequências da contaminação da água industrial estão as doenças, como a cólera, a hepatite A, as diarreias agudas, muitas delas com alto grau de disseminação, o que aumenta a possibilidade de surtos entre a população. A tabela abaixo resume as principais doenças transmitidas pela água e seus agentes patogênicos.

Tabela: Doenças transmitidas pela água e seus agentes patogênicos. Adaptado de Fundação Nacional de Saúde (FUNASA

 

A contaminação dos produtos industriais por microrganismos presentes na água indica que ocorreram erros no processo produtivo. E esses erros devem ser corrigidos, sob risco de penalização de acordo com a legislação vigente.

 

Qualidade da água e a legislação brasileira

A Portaria nº2914/2011 (Ministério da Saúde) define que a água usada na produção de alimentos, higiene pessoal e farmacêutica deve ser potável, com alto grau de pureza e sem contaminações. A portaria também define que o índice de bactérias heterotróficas (bactérias que utilizam os nutrientes orgânicos para o seu crescimento) deve ser usado para a avaliação da integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede).

Outra portaria, a nº 518/2004 (Ministério da Saúde), determina o limite aceitável de microrganismos, como coliformes totais e termotolerantes. Além disso, a RDC nº 274 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) delibera que as características físico-químicas e microbiológicas da água usada na indústria devem atender aos limites estabelecidos pela legislação brasileira.

Logo, a realização das análises microbiológicas da água usada na indústria, e seu rígido controle de qualidade, são pontos fundamentais para a qualidade final do produto, segurança do cliente e credibilidade da empresa.

A Neoprospecta realiza análises microbiológicas que asseguram a qualidade da água utilizada nos processos industriais, e consequentemente, a segurança dos consumidores.

 

Referências:

Barbosa, GK & e Zucyszyn, KT. A importância da água na indústria. UFPR, 2020. Disponível em <http://www.quimica.ufpr.br/paginas/isomeria/agua-a-importancia-de-sua-qualidade/> Acesso em: 16 de fevereiro de 2022.

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Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Manual Prático de Análise de Água. Ministério da Saúde, 2013. Disponível em <http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/manual_pratico_de_analise_de_agua_2.pdf > Acesso em: 16 de fevereiro de 2022.

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Silva, VM. A importância das análises microbiológicas no monitoramento do sistema de água em uma indústria farmacêutica. Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, 2017. Acesso em: 16 de fevereiro de 2022.

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Volkweis, DSH et al. Qualidade microbiológica da água utilizada na produção de alimentos por agroindústrias familiares do município de Constantina/RS. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 2015. Acesso em: 16 de fevereiro de 2022.

 

Autora

Bruna Pereira Lopes

Biotecnologista, Doutora em Ciências e Pós- doutorado em Fisiopatologia Clínica e Experimental. Pesquisadora e docente nas áreas de fisiologia, biologia molecular e metabolismo. Experiência em produção e revisão de conteúdo e divulgação científica.