A qualidade da dieta animal é de suma importância quando falamos de produtividade e aproveitamento de nutrientes, uma vez que ela está diretamente relacionada com o rendimento destes animais.

 

A conversão alimentar nada mais é que a relação entre a quantidade de ração consumida pelo animal e a quantidade de produto por ele gerada. Este parâmetro influencia diretamente o Índice de Eficiência Produtiva (IEP), que representa o desempenho zootécnico de um lote de aves. A conversão alimentar é considerada o medidor de eficiência mais importante da avicultura, uma vez que os frangos são transformadores de grãos em proteína animal. 

OTIMIZAÇÃO DA DIETA ANIMAL

O uso de aditivos na dieta animal tem sido foco de diversos estudos, onde modificações no processo de fermentação provocadas pela alimentação podem ser capazes de melhorar o desempenho do animal. Podemos citar os probióticos como exemplo de aditivo comumente utilizado.

Os probióticos são culturas de microrganismos vivos não patogênicos capazes de causar alterações na microbiota intestinal, resultando em melhoras no processo de digestão, além de fornecerem proteção contra disfunções fisiológicas e evitarem o aparecimento de bactérias patogênicas. Pelo fato de competirem com os patógenos, os probióticos acabam melhorando o ganho de peso e a eficiência das aves, além de melhorarem o aproveitamento dos alimentos e reduzindo a eliminação dos nutrientes.

No caso dos ruminantes, a ação dos probióticos envolve:

  • Aumento de bactérias no rúmen: Proporciona maior síntese de proteínas e vitaminas, além de redução dos níveis de amônia no rúmen.
  • Aumento da digestão da celulose: Promove maior disponibilidade de nutrientes e maior ganho de peso dos animais.
  • Alteração das atividades metabólicas no rúmen: Promove maior produção, além de melhor composição dos produtos gerados (ex: leite com maior teor de proteína e gordura)

 

COMO A METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DIGITAL (DMD) PODE AJUDAR NA AVALIAÇÃO DA DIETA ANIMAL?

Um estudo recente avaliou o uso de enzimas (xilanases – responsáveis pela degradação da xilana, que é um dos componentes do material hemicelulósico de células vegetais) e probióticos na dieta de frangos, com o objetivo de aumentar a disponibilidade de nutrientes e diminuir os efeitos antinutricionais dos Polissacarídeos Não Amiláceos (PNAs), frequentemente presentes na alimentação destes animais.

O estudo citado utilizou a metodologia de DMD da Neoprospecta na avaliação do conteúdo ileal dos animais que participaram do experimento, de forma a avaliar a microbiota dos mesmos após os tratamentos realizados. Por meio da análise foi possível observar as frequências de ocorrência nos diferentes níveis taxonômicos, sendo analisado a nível de filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.

A metodologia pode ser amplamente utilizada na avaliação de dietas animais, de modo a analisar a influência dos diferentes tratamentos no objetivo de aumentar ou manter a produtividade dos animais, bem como melhorar o aproveitamento dos nutrientes fornecidos através das rações animais.

 

 

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, J. S.; ZANINE, A. M.; SANTOS, E. M. Uso de aditivos na nutrição de ruminantes. Revista Electrónica de Veterinaria, v. 6, n. 11, p. 1-23, 2005.

MACHADO, N. J. B. Xilanase e probiótico em dietas para frangos de corte. 2019. 79 f. Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. 

ARAUJO, J. A., SILVA, J. H. V., AMÂNCIO, A. L. L., LIMA, M. R., LIMA, C. B. Uso de aditivos na alimentação de aves. Acta Veterinaria Brasílica, v. 1, n. 3, p. 69-77, 2007.

EMBRAPA. Nutrição de bovinos de corte: Fundamentos e aplicações. 2015. Disponível em:https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120040/1/Nutricao-Animal-livro-em-baixa.pdf. Acesso em: 13 abr. 2020.

EMBRAPA. Frango de corte: Desempenho zootécnico. Disponível em:https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/frango_de_corte/arvore/CONT000gkr3tep702wx5ok0wj9yquhfpcg9w.html. Acesso em: 13 abr. 2020.