5 informações importantes sobre Listeria sp. que você precisa saber

 

Imagem ilustrativa de Listeria. Crédito: CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças)

 

⦁ O que é Listeria sp.?

Listeria sp. é um gênero de bactérias de bastonetes gram-positivos, anaeróbios facultativos e que se movem por flagelos. Elas crescem em temperaturas de 0 a 42º C, podendo ainda se multiplicar lentamente em temperaturas de refrigeração.

O gênero Listeria compreende seis diferentes espécies, sendo somente duas destas consideradas patogênicas: L.monocytogenes, patogênica aos seres humanos; e L. ivanovii, patogênica principalmente a animais, como ovinos e bovinos.

 

⦁ Onde a Listeria sp. pode ser encontrada?

Procurando por alimentos ricos em proteínas e fontes de energia de fácil aquisição, Listeria sp. como a Listeria monocytogenes são mais encontradas em alimentos de origem animal, mas ainda assim podem estar presentes em vegetais e frutas.

Suas principais formas de inoculação incluem a infecção do animal antes mesmo dele passar pelo processo de industrialização (o que é o caso mais comum), assim como a transmissão por contato com fezes de aves ou irrigação do campo com água contaminada. Diversos alimentos contaminados por Listeria sp. já foram descritos na literatura. Carnes embaladas, presunto, peixes, assim como leite e seus derivados são os principais exemplos.

 

⦁ Quais os riscos que a Listeria sp. pode trazer para a sua saúde?

Dentre as diferentes bactérias do gênero Listeria sp. a Listeria monocytogenes é a mais perigosa. A intoxicação por esse microorganismo pode causar listeriose, uma doença extremamente perigosa para pessoas que possuem um sistema imune prejudicado e mulheres grávidas.

Pessoas saudáveis raramente ficam doentes por uma infecção de L. monocytogenes, mas bebês e fetos podem morrer facilmente caso entrem em contato com a bactéria. A administração de antibióticos é a forma mais comum de lidar com os sintomas da doença.

Surtos de listeriose são documentados em escala mundial desde a década de 90, e até hoje continuam acontecendo em proporção preocupante.

Na África do Sul, em 2017, ocorreu o pior surto mundial documentado causado por Listeria monocytogenes. O Instituto Nacional de Doenças Comunicáveis (NICD) confirmou 852 casos de listeriose, e 107 mortes causadas pela bactéria.

Desses 852 casos confirmados, 42% ocorreram em bebês com menos de 1 mês de idade. Bebês, mulheres grávidas, idosos e pessoas com imunidade baixa fazem parte do grupo de risco de listeriose.

 

⦁ Como prevenir uma contaminação de Listeria sp.?

A prevenção contra uma contaminação por Listeria sp. depende do alimento. Em razão da bactéria sobreviver a temperaturas refrigeradas, assim como temperaturas de congelamento, uma das únicas formas de eliminação da Listeria é exposição do alimento a altas temperaturas ou a remoção de partes do alimento, como cascas de vegetais.

Em casa, cozinhar o alimento, lavar as mãos e verduras são opções que podem ser empregadas dentro de casa.

Quanto à prevenção na indústria, é fundamental fazer o monitoramento microbiológico dos processos, superfícies e produtos para garantir a qualidade dos processos e que o produto final não está contaminado com Listéria Sp.

 

5. Listeria sp. e a Legislação

Listeria monocytogenes é patogênica e contaminações por tal microorganismo podem ser fatais, como nos diversos surtos já documentados. Por isso, é de grande preocupação das agências governamentais prevenir e evitar tais contaminações.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento institui o “Programa de Controle de Listeria monocytogenes em Produtos de Origem Animal Prontos para Consumo”.

O programa é constituído por várias normas e diretrizes a serem seguidas no processo de produção das empresas em amplitude nacional, assim como estabelece fiscalizações e inspeções regulares dos estabelecimentos e de amostras de produtos. O documento completo pode ser encontrado no site do Ministério.

Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, possui uma resolução que estabelece padrões microbiológicos de qualidade sobre vários microorganismos para diversos alimentos, a RDC 12. No caso da Listeria monocytogenes, o padrão é qualitativo, sendo representado por ausência ou presença, pois é uma bactéria de extremo perigo para pessoas suscetíveis.

 

Curiosidade bônus!

Você sabe de onde vem o nome Listeria? Apesar dos registros indicarem que um cientista chamado Dr. Everitt Murray teria sido o primeiro a isolar a bactéria Listeria monocytogenes em 1926, ele chamou sua descoberta de Bacterium monocytogenes.

Somente mais tarde, ela foi renomeada de Listeria monocytogenes em homenagem ao Lorde Joseph Lister, pelo seu pioneirismo nas técnicas cirúrgicas antissépticas usando ácido carbólico em 1866. Suas técnicas revolucionárias (e também mal recebidas, na época) receberam o nome de “Listerismo” e trouxeram grandes avanços na medicina contra o combate às frequentes infecções pela má esterilização da época.

Na foto, Joseph Lister em 1902. Crédito: Faculdade Americana de Cirurgiões

Quer saber mais? Oferecemos ainda uma série de informações sobre a Salmonella! Para mais listas como essa, acesse o nosso blog e fique por dentro das novidades e informações!

Referências

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