No início de setembro, o governo brasileiro notificou a presença de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EBB). Doença conhecida como a “doença da vaca louca” por frigoríficos brasileiros. A exportação da carne brasileira que foi suspensa para a China ainda se mantém depois de mais de um mês.
Durante as décadas de 80 e 90, a doença da vaca louca causou extrema preocupação para produtores de gado e frigoríficos.
Comumente conhecida como “doença da vaca louca”, a EEB é uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de bovinos. Essa doença é causada por um príon, uma partícula proteica com características infecciosas, que pode resistir a processos químicos e físicos, incluindo radiação ultravioleta e congelamento (BRASIL, 2014).
No início de setembro, ao notificar dois casos atípicos no Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabeleceu a suspensão provisória da Certificação Sanitária Internacional para a carne bovina brasileira a ser exportada para a República da China.
Após mais de um mês, toneladas de carne enviadas para China permanecem paradas nos portos chineses esperando a liberação do governo local para desembarcar.
Doença da vaca louca: E AGORA?
O governo brasileiro emitiu, na última terça-feira (19) um oficio-circular (OFÍCIO-CIRCULAR Nº 42/2021/CGI/DIPOA/SDA/MAPA) decidindo suspender a produção de produtos de carne bovina que teriam destino ao país asiático. Confira um trecho do ofício:
“Autorizar, temporariamente, pelo período de 60 dias, que os fabricantes e fabricantes de carne bovina habilitados a exportar para a China realizem a estocagem de produtos bovinos congelados, fabricados anteriormente à suspensão da certificação sanitária internacional de produtos para a China em 4/9/2021 com destino a esse mercado, em contêineres dotados de equipamentos geradores de frio, nos pátios internos de habilitados à exportação para a China”.
Essa medida tenta de alguma forma contornar o embargo chinês que não tem previsão alguma de ser revertido.
PECUÁRIA BRASILEIRA
O Brasil é um dos principais exportadores de proteína animal para o mundo. Exportamos carne suína, bovina e frango para países da Ásia, Oriente médio, América do Sul, América do Norte, África, Europa Ocidental e Europa Oriental.
O embargo chinês afeta diretamente a economia nacional. O baixo escoamento da produção registrou, em setembro, a utilização real dos frigoríficos de cerca de 61%, recuo de 14,95% em comparação a agosto*, sendo um dos piores resultados desde 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Sistema Brasileiro de Sistema Brasileiro de Prevenção e Vigilância Prevenção e Vigilância e Vigilância da Encefalopatia Encefalopatia Espongiforme Espongiforme Espongiforme Bovina (EEB). Brasília, 2014. Disponível em: https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/09154734-pneeb-cartilha-eeb-nova-abr14.pdf. Acesso em: 26 de outubro de 2021
BRASIL, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. OFÍCIO-CIRCULAR Nº 42/2021. Assunto: China. Bovinos. Autorização temporária para armazenamento de produtos em
contêineres. Suspensão de novas produções. Brasília, DF. Disponível em: https://imagens-cdn.canalrural.com.br/wp-content/uploads/OC-42-2021-CGI_Conteineres-China-1.pdf. Acesso em: 26 de outubro de 2021
*CANAL RURAL. Sem China, utilização de frigoríficos fica em 61% em Mato Grosso. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/noticias/sem-china-utilizacao-de-frigorificos-fica-em-61/. Acesso em: 26 de outubro de 2021