Sabendo que CIP é uma das aplicações em higienização e que higienização é uma atividade por si só complexa, é necessário conhecimento e planejamento para equilibrar esses fatores.

Otimizar está sempre no racional da indústria de modo geral e também é um dos principais focos dos processos de higienização em produção de alimentos, sendo possível realinhar custos diretos e indiretos, tempo, energia, químicos, mão de obra e outros insumos, sem perdas em eficiência e qualidade.

A otimização se dá em uma fase seguinte à implementação de um sistema ou processo de higienização definido previamente com base no tipo de instalações de produção, da estação CIP, tipo de sujidade e sua composição, características da água, informações operacionais e de sustentabilidade, por exemplo.

 

CIP na indústria de alimentos

Na indústria de alimentos é comum encontrarmos um sistema CIP de higienização não atingindo os resultados esperados, geralmente, após uma análise detalhada na planta se identifica a causa em uma falta de equilíbrio entre os fatores, erros de dimensionamento e/ou falhas em procedimentos.

Nestes casos a CIP ainda não comporta uma otimização, mas são necessários ajustes no processo como um todo, afim de posteriormente a CIP suportar uma otimização.

 

CIP: alguns passos para a otimização

Quando o sistema de higienização já entrega os resultados esperados, alinhados às metas, surge então as oportunidades de otimizações reais.

Portanto, nestes casos, serão realizadas novas análises detalhadas, focadas na melhoria das condições do sistema, definição de novos objetivos e realização de testes comprobatórios. Estes objetivos secundários podem ser de diferentes naturezas, voltados à:

  • Ganho de performance em higienização, critérios microbiológicos e KPIs;
  • Aumento de tempo de prateleira do produto acabado;
  • Redução de tempo em CIP para aumentar disponibilidade de linha para produção (produtividade);
  • Ganho de rastreabilidade, repetibilidade e confiabilidade;
  • Redução de uso de insumos como água, químicos, vapor, energia elétrica;
  • Reaproveitamento de insumos de CIP e redução de efluentes;
  • Redução de custo em químicos, implantação de novas tecnologias em químicos;
  • Adequação a exigências corporativas, sustentabilidade e legislação (ex. alergênicos e residual de fósforo);
  • Aperfeiçoamento em engenharia CIP e automação;
  • Aproveitamento de circuitos;
  • Atender demandas específicas de novos produtos, produtos especiais e receitas específicas;
  • Redução de risco de acidentes, aumento em segurança com químicos e meio ambiente;
  • Redução de danos químicos e manutenção de equipamentos de produção.

Citamos algumas das possibilidades em termos de otimização em higienização e ressaltamos que estes objetivos podem ser apenas um ou até mesmo uma combinação deles, desde que compatíveis com a infraestrutura disponível na planta.

Na maioria dos casos não tem como executar um projeto grande devido à falta de tempo e recursos para tanto, porém, pode se dividir em programas menores e consecutivos que atendam à área alvo ou a um projeto interno e/ou plano de cada unidade.

 

CIP e avaliação de infraestrutura

A avaliação da infraestrutura da planta deve ser realizada de forma sistemática com emprego de tecnologia com equipamentos de avaliação, princípios de engenharia, conceitos de sanitariedade e know how de empresas que fornecem estes serviços.

Para a avaliação de uma estação CIP, por exemplo, demanda avaliação da sua estrutura e dos circuitos que são atendidas por ela. Nesta avaliação serão verificados muitos itens só na estação e para se ter uma ideia a lista tem: tanques de solução, respectivas capacidades, design, número e tipos de soluções usadas, número de usos e cálculo de perdas, vazão e pressão de bombas de envio de solução (avanço e retorno), sistema trocador de calor e muito mais.

Ainda é verificado se os objetos a serem higienizados (tanques, tubulações e válvulas) possuem bom acabamento, drenagem, dispositivos de aspersão e instrumentação adequados.

Também deve se ter a mira as operações de preparo CIP, coletas de amostra, e claro o histórico de resultados (análises de químicos e microbiológicas) de forma qualitativa e quantitativa.

Há casos onde a avaliação para otimização revela uma condição inadequada para atingir o mínimo dos resultados esperados, portanto, sendo necessária uma interrupção dos trabalhos para intervenções corretivas em infraestrutura antes de dar seguimento.

Condições assim mascaram as avaliações dos resultados e geram interpretações erradas. De certa forma, tem muitas oportunidades para otimização em processos de higienização e especialmente em sistemas CIP, mas com a ressalva de que é necessário cuidado ao otimizar processos para não afetar os resultados em qualidade.

A indústria alimentícia ainda pode evoluir muito no quesito cultura e investimentos em higienização e assim atingir um cenário de melhor qualidade e custo.