Reclamações no SAC e devoluções de produtos alimentícios podem ser causados por contaminações microbiológicas. Bactérias e fungos são os principais responsáveis por mudanças nas características de produtos e, além de gerar uma grande variedade de doenças que são transmitidas por alimentos (DTAs), podem causar deterioração dos alimentos com mudanças na textura, sabor, cor e cheiro, por exemplo.Diversos fatores influenciam na contaminação e multiplicação microbiológica alimentícia. Para evitarmos que essas contaminações continuem ocorrendo, a cadeia de produção industrial deve criar uma cultura de segurança dos alimentos, em que a mudança de comportamento, a cultura da organização e o sistema de gestão de segurança de alimentos são repensados para diminuir drasticamente as contaminações microbiológicas nos alimentos. 

O que é Shelf life?

Shelf life é a “vida de prateleira” de um alimento, conhecida também por “prazo de validade” do produto. Ou seja: é o período no qual um alimento ou bebida se mantêm seguros, frescos e saudáveis para o consumidor, sem perder as características sensoriais, físicas, químicas e funcionais desejadas, além das características nutricionais descritas na rotulagem, dentro do proposto/finalidade deste alimento, desde que mantidos em armazenamento adequado conforme indicação do mesmo.

É possível precisar o tempo de shelf life de alimentos/bebidas através de estudos que determinam este prazo. Estes estudos podem ser realizados através de análises das características sensoriais, através de características físicas ou microbiológicas.

E a Neoprospecta oferece essa solução a seus clientes, através do estudo de shelf life para produtos acabados!

Muitos fatores influenciam o shelf life dos produtos, estes podem ser intrínsecos que são aqueles que fazem parte do alimento, tais como a atividade da água, valor de pH, acidez total, oxigênio disponível e nutrientes. Os fatores extrínsecos são aqueles fatores externos adquiridos ao longo da cadeia produtiva do alimento, tais como micro-organismos, exposição à luz, ao tempo e à temperatura durante o processamento, pressão, manuseio do consumidor, tempo de armazenamento, entre outros.

Os fatores extrínsecos ou intrínsecos podem interagir com o alimento, restringindo ou possibilitando o desenvolvimento microbiano, e impactando diretamente na determinação do limite do shelf life de cada produto. [Leia nosso artigo sobre Alterações em alimentos]

Risco de contaminações microbiológicas: como reduzir

Para reduzir as chances de contaminação é fundamental aprimorar e validar os processos de higienização, sanitização e desinfecção na indústria. As indústrias devem ter, portanto, especial atenção no assunto, já que alguns erros relacionados à sanitização podem causar vários problemas para a população, além de grandes custos financeiros para o setor.

As técnicas de sanitização envolvem aspectos como limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e superfícies. A abordagem utilizada virá de acordo com o ambiente em que se está manipulando os alimentos e também vai depender das classes de micro-organismos potenciais a causar algum tipo de contaminação microbiológica nos produtos alimentícios.

Acontece que o cuidado não vem apenas da área empresarial. Os consumidores também podem ter seus alimentos contaminados de diversas formas em suas próprias casas. As contaminações microbiológicas residenciais são frequentes e podem causar tantos danos quanto as industriais.

Esse tipo de contaminação pode alterar os alimentos, levando tanto a modificações das características do alimento e sua deterioração – causando assim a perda do alimento -, quanto a geração de um ambiente propício ao desenvolvimento de micro-organismos patogénicos, gerando quadros, muitas vezes, de intoxicação alimentar. Essas contaminações podem ser evitadas facilmente se o consumidor tomar alguns cuidados na hora de preparar e armazenar o seu alimento.

Felizmente, diversas técnicas vêm sendo desenvolvidas para aprimorar a detecção de contaminações e assim, auxiliar a indústria de alimentos na tomada de decisões sobre possíveis focos de contaminações alimentares, evitando maiores danos. Um desses exemplos é a ferramenta Neobiome Food, uma plataforma que utiliza informações do microbioma para gerar conhecimento que permitam aos profissionais do controle de qualidade de indústrias, tomarem decisões de forma mais rápida e assertiva. Essas informações são geradas a partir do sequenciamento do DNA das amostras associadas a análises biocomputacionais.

Essas técnicas permitem que a fábrica possa otimizar seus processos e identifique precocemente áreas de riscos, garantindo que áreas essenciais de controle de contaminações possam precisamente avaliadas e as devidas medidas possam ser tomadas para evitar maiores riscos.


Referências

Comunidade Europeia- Regulamento 2073/2005 de 15/11/0, relativo aos critérios microbiológicos aplicados ao gêneros alimentícios.

Comunidade Europeia -Regulamento 1169/2011UE de 25/10/2011, relativo a prestação de informação aos consumidores sobre gêneros alimentícios.

Revista Food Inteligence, n° 18, 2011, Shelf life, uma pequena introdução. Disponível em: http://www.revista-fi.com. Acesso em : 09/02/2017