RDC 12 da ANVISA – Padrões microbiológicos exigidos pela fiscalização

RDC 12 da ANVISA análises microbiológicas

Você sabe quais são as análises microbiológicas exigidas pela fiscalização da ANVISA para os alimentos com os quais você trabalha? Conheça neste artigo quais os padrões microbiológicos que a RDC 12 estipula como ideais para o mercado de alimentos e quais os grupos de micro-organismos que devem ser analisados.

Objetivos e funções da ANVISA

Criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é uma autarquia sob regime especial, que tem sede e foro no Distrito Federal, e está presente em todo o território nacional por meio das coordenações de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados.

A ANVISA tem como principal objetivo coordenar as ações do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e de regulamentar o setor.

Tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados.

As vigilâncias sanitárias de estados e municípios têm autonomia administrativa e os estados têm laboratórios públicos de análises. A Anvisa regulamenta, por exemplo, o que vai ser liberado para uso pelas empresas e para o comércio. Em termos gerais, as indústrias são fiscalizadas pelos estados e os estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes e supermercados, pelas vigilâncias municipais.

O que a ANVISA fiscaliza?

À ANVISA cabe a regulamentação, o controle e a fiscalização de produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública, como os bens e produtos de consumo submetidos ao controle e fiscalização sanitária, dos quais os alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários são alvo de suas incumbências.

Na área de alimentos, a atuação da ANVISA é focada na fiscalização de restaurantes e supermercados com produtos fora do prazo de validade ou em condições de acondicionamento inadequadas, ou ainda, com sinais de violação nas embalagens.

A ANVISA também é responsável pela fiscalização e autuação caso comprovadas análises microbiológicas de amostras de produtos contaminados, ou por alterações ou deterioração visíveis, além de denúncias via SAC.

Quais os padrões microbiológicos da RDC 12 que a ANVISA exige do mercado de alimentos?

A ANVISA estabeleceu através da RDC 12 de 2001, os Padrões Microbiológicos Sanitários para Alimentos e determinou os critérios para a Conclusão e Interpretação dos Resultados das Análises Microbiológicas de Alimentos Destinados ao Consumo Humano.

A RDC 12 leva em consideração a definição de critérios e padrões microbiológicos para alimentos, indispensáveis para a avaliação das Boas Práticas de Produção de Alimentos e Prestação de Serviços, da aplicação do Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC/HACCP) e da qualidade microbiológica dos produtos alimentícios, incluindo a elucidação de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA).

Acesse aqui a RDC 12 da ANVISA e veja quais os padrões microbiológicos para o tipo de alimento que você pretende analisar!

Micro-organismos analisados

Para cada processo de produção e manipulação de alimentos, existem diferentes grupos de micro-organismos que devem ser analisados de forma mais atenta, alguns não sendo permitida a presença, mesmo que em pequenas quantidades, pois representam perigo à saúde humana.

Os grupos são:

  • Coliformes a 45° (referem-se aos Coliformes termotolerantes e Coliformes de Origem Fecal);
  • A presença de Escherichia coli deve ser registrada no laudo analítico, pela sua presença não ser permitida;
  • Salmonella sp. e Listeria monocytogenes devem ser expressas como Presença ou Ausência;
  • A determinação de clostrídio sulfito redutor a 460°C tem por objetivo a indicação de Clostridium perfringens. Caso C.perfringens apareça na amostra, deve constar o resultado no laudo analítico;
  • A enumeração de estafilococos coagulase positiva tem por objetivo substituir a determinação de Staphylococcus aureus;

Quando os resultados forem obtidos por contagem em placa, estes devem ser expressos em UFC/ g ou mL (Unidades Formadoras de Colônias por grama ou mililitro). Da mesma forma, devem indicar NMP/ g ou mL (Número Mais Provável por grama ou mililitro), quando forem obtidos por esta metodologia.

A tolerância é máxima e os padrões são mínimos para os diferentes grupos de produtos alimentícios, para fins de registro e fiscalização de produtos
alimentícios. Estes limites e critérios podem ser complementados quando existirem programas de vigilância e rastreamento de microrganismos patogênicos e de qualidade higiênica e sanitária de produtos.

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Sobre a autora:

[author] [author_image timthumb=’on’]https://blog.neoprospecta.com/wp-content/uploads/2017/06/denise.jpg[/author_image] [author_info]Denise Faccin é bióloga, mestre em biologia vegetal e atualmente é responsável pelo Inbound Marketing da área de alimentos da Neoprospecta.[/author_info] [/author]