Atualizado em: 07/02/2024

O Carnaval chegou, e para que você possa brincar nos blocos carnavalescos e trios elétricos, a Neoprospecta irá dar algumas dicas para que você folião tenha um feriado bem animado e longe de situações que possam prejudicar a sua saúde, garantindo a segurança dos alimentos no carnaval.

É sabido que o consumo de alimentos manipulados mal acondicionados e fora de temperaturas adequadas, quer seja na rua ou até mesmo em casa, e não somente no Carnaval, podem nos causar doenças.

Porém, no Carnaval, este risco pode aumentar devido à grande oferta de alimentos preparados e que são vendidos na rua, muitas vezes sem a devida fiscalização e atendimento à legislação.

Geralmente as instalações dos ambulantes nas ruas não oferecem a estrutura adequada para garantir que o alimento seja seguro, muitas vezes não garantem o armazenamento correto dos alimentos, bem como as condições higiênico sanitárias ideais para a finalização e distribuição dos alimentos comercializados.

Agentes causadores

Existem vários agentes causadores de doenças no homem que podem ser transmitidas pelos alimentos, sendo elas:

  • Contaminações químicas – como os pesticidas e outros produtos químicos.
  • Toxinas – podem ser de plantas ou de animais, tais com a histamina, liberada pelos peixes.
  • Vírus – como por exemplo o vírus da hepatite que pode ser transmitido através da água.
  • Bactérias – atenção especial para as bactérias patogênicas, tais como Salmonella, Staphylococcus aureus e outras.
  • Fungos – causadores de toxigenicidade.

Bactérias patogênicas

Entre os microrganismos mais importantes na causa de doenças transmitidas por alimentos temos as bactérias patogênicas:

  • Clostridium botulinum – são produtores de neurotoxinas e causam náuseas, vômitos, diarreias até os sintomas mais graves que podem levar à morte. Vários alimentos estão associados ao Clostridium, visto que é uma bactéria encontrada no solo em abundância.
  • Clostridium perfringens – São responsáveis por dois tipos de toxinfecções alimentares (forma clássica e forma grave), causadas por uma enterotoxina que aparece geralmente no intestino.
  • Bacillus cereus – se multiplica muito bem na temperatura de 10 a 48°C e causam dois tipos de gastrenterite, a forma diarreica e a síndrome emética.
  • Staphylococcus aureus – A ingestão de alimentos que apresentam a toxina pré-formada são as causas das toxinfecções. O período de incubação de um surto pode variar de 30 minutos a 8 horas após a ingestão do alimento contaminado. Os principais sintomas são náuseas, vômitos, câimbras abdominais dolorosas, diarreia e sudorese. Estes sintomas podem ainda ser acompanhados de dores de cabeça, calafrios e queda da pressão arterial.
  • Listeria monocytogenes – A sintomatologia é semelhante a uma gripe, acompanhada de diarreia e febre moderada. No entanto, durante a bacteremia os sintomas são caracterizados por febre, mal-estar geral podendo ou não ocorrer vômitos, diarreia, náuseas e dores. Pode ocorrer meningite, encefalite, abscessos e raramente, osteomelite e endocardite. O período de incubação varia de um dia a algumas semanas.

Fica a dica! 😉

Para evitar que bactérias se multipliquem em alimentos perecíveis, o prazo máximo de consumo do alimento (frio) preparado e conservado sob refrigeração de 4ºC, ou inferior, deve ser de cinco dias. Já os alimentos (quentes) preparados e conservados sobre temperatura mínima de 60ºC devem ser consumidos no máximo em 6 horas.

Nesta época, o consumo de sanduíches e cachorros-quentes aumenta consideravelmente, e, consequentemente, o consumo de catchup, maionese e molhos à base de maionese. Evitar molhos à base de maionese, principalmente se for de procedência caseira também é recomendável durante o período de Carnaval.

Além disso, normalmente esses alimentos são produzidos fora das normas de boas práticas de fabricação e manipulação e sem a supervisão de um responsável técnico devidamente habilitado, o que compromete a qualidade microbiológica destes.

Os alimentos de boa aparência nem sempre garantem a qualidade adequada do processo produtivo e a forma inadequada do armazenamento pode diminuir a qualidade microbiológica do alimento.

Não se esqueça também que durante o período de folia, em que o calor é intenso e os alimentos ficam mais tempo expostos à temperatura ambiente do que o recomendável. Portanto, é preferível optar por alimentos industrializados de marcas e procedência conhecidas ou por alimentos mais leves e saudáveis como frutas.

Lembre-se sempre que a hidratação é indispensável para o bom funcionamento do organismo.

 


Sobre a autora: Andréa Damian é mestre em Ciência dos Alimentos, consultora de segurança alimentar e auditora de certificações ISO em indústrias de alimentos. Atualmente é Consultora na área de Food na Neoprospecta.