Acabamos de divulgar um post escrito pelo economista e diretor comercial da Neoprospecta, sobre os custos financeiros para uma empresa quando é notificada uma contaminação em alimento. Os altos custos de um recall não chegam nem perto dos custos morais da empresa em um caso de surto alimentar, com a diminuição da credibilidade na marca, que acaba por englobar todos os produtos da empresa, inclusive os que ainda nem foram lançados. O post só reforça o argumento de que, se uma empresa possui um relatório de análises com caso de contaminação microbiológica em alimentos, o mais indicado a se fazer é um recall imediato.
É claro que a dúvida pode ainda atormentar os empresários de negócios alimentícios: “Vou notificar o recall, ter custos na perda destes lotes inteiros, dar um tiro no próprio pé, queimar o filme da minha empresa e da minha marca?” Pois, acredite: o tiro no pé seria ainda mais devastador se esperasse um surto alimentar envolvendo centenas ou milhares de pessoas. Veja neste artigo como o preço a pagar seria bem mais oneroso.
Há alguns anos atrás “um almoço de domingo no seu bairro, uma salada de maionese contaminada com Salmonella, cinquenta pessoas hospitalizadas no dia seguinte”, era uma notícia menos alarmante de se ler. Não que isso não fosse um grande problema de segurança dos alimentos e segurança alimentar, mas sim, a falta da conexão que fazíamos entre os micro-organismos patogênicos e os alimentos que consumíamos. Hoje em dia cada notificação de surto alimentar gera mais medo em quem produz o alimento do que em quem consome. Com todos os avanços tecnológicos na área da saúde e biotecnologia, com uma pequena amostra coletada, consegue-se identificar por sequenciamento genético a origem da bactéria e fazer o rastreamento do que pode ter causado a intoxicação, revolucionando as investigações de surtos causados por alimentos contaminados.
A Anvisa divulgou a lista de produtos irregulares na qual temos acesso também à informação dos 24 recalls feitos por indústrias de alimentos no Brasil só neste ano. Leia neste artigo a diferença da divulgação na mídia entre um recall voluntário e um recall mandatário.
- Fortune. Why our food keeps making us sick? Disponível em: http://fortune.com/food-contamination/ [Acessado em 30/09/2016].
- Food safety Brazil. Recall voluntário: será que devo inciar um? Disponível em: http://foodsafetybrazil.org/recall-voluntarios-sera-que-eu-devo-iniciar-um/ [Acessado em 30/09/2016].
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Produtos irregulares. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/produtos-irregulares/-/produtos/#/ [Acessado em 30/09/2016].