Quando você compra um peito de peru fatiado e embalado a vácuo no supermercado, a última coisa em que pensa é em bactérias invisíveis como a Salmonella. Mas por trás dessa embalagem, existe uma verdadeira batalha entre a ciência e os patógenos que podem colocar nossa saúde em risco. E é exatamente sobre essa batalha que esse estudo fala, comparando duas técnicas para detectar a Salmonella enterica nos alimentos: a clássica contagem em placa (PC) e a inovadora PMA-qPCR. Vamos explorar como essas duas abordagens, que buscam o mesmo objetivo — identificar e quantificar células bacterianas viáveis —, funcionam de maneiras tão diferentes e descobrir qual delas é a mais eficaz.

 

1. Contagem em placa (PC)

 

Você já ouviu falar na contagem em placa? Esse é o método mais tradicional utilizado para quantificar bactérias viáveis. Ele se baseia na ideia de que bactérias viáveis crescem e formam colônias visíveis em uma placa de cultura. Imagine que você dilui amostras contaminadas de alimentos, as aplica em uma placa com um meio de cultura adequado, e depois de um tempo de incubação (geralmente de 24 a 48 horas), as colônias são contadas. Cada colônia representa uma célula bacteriana viável.

 

Parece perfeito, certo? Mas, como tudo na ciência, existe um “porém”. O método só detecta bactérias capazes de crescer no meio de cultura. E o que acontece com aquelas células que estão no estado VBNC (Viáveis, mas Não Cultiváveis)? Elas simplesmente não crescem nas placas, apesar de ainda poderem ser perigosas para a nossa saúde. E isso significa que a contagem em placa pode deixar passar células que representam um risco real, mas que não são detectadas.

 

2. PMA-qPCR

 

Agora, aqui está a estrela moderna da ciência molecular: o PMA-qPCR. Diferente da contagem em placa, o PMA-qPCR é uma técnica muito mais sensível que utiliza a PCR em tempo real para identificar e quantificar células viáveis, incluindo aquelas que estão no estado VBNC.

 

Como funciona? O PMA, um corante especial, entra nas células mortas e se liga ao seu DNA, impedindo que ele seja amplificado durante a PCR. O qPCR, então, amplifica apenas o DNA das células vivas. Dessa forma, o PMA-qPCR detecta qualquer célula com DNA viável, mesmo que essas células não possam crescer em um meio de cultura tradicional. Imagine uma tecnologia capaz de detectar até as bactérias “adormecidas” em alimentos refrigerados? Exatamente isso que faz o PMA-qPCR.

 

Resultados do Estudo

 

O estudo não deixa dúvidas: o PMA-qPCR é claramente o método mais eficaz. Aqui estão os principais resultados que mostram por que essa técnica é tão superior:

 

  • Precisão em Diferentes Temperaturas:
    Os pesquisadores testaram amostras de peito de peru armazenadas em diferentes temperaturas (de 8°C a 20°C), simulando as condições reais de armazenamento de alimentos. Nessas condições, as bactérias podem entrar em estado VBNC, onde não crescem nos meios de cultura. O PMA-qPCR, no entanto, detectou essas células viáveis em todas as temperaturas testadas, enquanto a contagem em placa falhou.

 

 

  • Sensibilidade e Detecção de Células VBNC:
    Enquanto a contagem em placa apresentou resultados limitados, especialmente em amostras refrigeradas, o PMA-qPCR detectou eficientemente as bactérias VBNC. Isso mostra a sensibilidade superior dessa técnica molecular.

 

  • Maior Sensibilidade em Produtos Refrigerados:
    Alimentos refrigerados são um terreno fértil para bactérias VBNC. Em baixas temperaturas, a contagem em placa falhou ao detectar a presença de Salmonella, mas o PMA-qPCR conseguiu quantificar essas células com sucesso. Isso é uma informação crítica para a indústria alimentícia, onde a refrigeração é uma prática comum.
  • Resultados Consistentes:
    O PMA-qPCR não só detectou mais células, como seus resultados foram consistentes em todas as temperaturas testadas. Em contraste, a contagem em placa subestimou a quantidade de Salmonella, o que poderia representar um risco no controle de qualidade dos alimentos.

Conclusão: Qual método é o mais eficaz?

 

Se você busca precisão na detecção de Salmonella, o PMA-qPCR é claramente a melhor escolha. O estudo mostrou que essa técnica molecular é muito mais eficaz do que a contagem em placa, especialmente em situações onde as bactérias não são cultiváveis, como em alimentos refrigerados. Embora o método tradicional tenha seu valor, ele apresentou limitações significativas em termos de sensibilidade e precisão. O PMA-qPCR oferece uma visão muito mais completa da presença de patógenos em alimentos, sendo uma ferramenta essencial para garantir a segurança alimentar.

 

Esse estudo destaca como as novas técnicas de detecção, como o PMA-qPCR, estão revolucionando a segurança alimentar. E aí, você já tinha pensado sobre o que acontece por trás daquelas embalagens de alimentos que pegamos no supermercado? Ciência e tecnologia estão na linha de frente para garantir que o que você consome esteja seguro!

 

Soluções inovadoras da Neoprospecta

 

Nos últimos anos, a Neoprospecta vem se destacando no desenvolvimento de soluções inovadoras para a detecção de patógenos, incluindo a Salmonella. A empresa está constantemente explorando novas tecnologias e desenvolvendo metodologias mais rápidas e precisas para a detecção de bactérias em alimentos. Pesquisadores, alunos e professores têm se beneficiado dessas soluções avançadas, utilizando-as para realizar estudos e projetos com um nível de precisão e profundidade que antes não era possível. Se você está interessado em entender mais sobre essas inovações e como elas podem auxiliar seus estudos ou pesquisas, a Neoprospecta está à disposição para fornecer as ferramentas e o suporte necessários.

 


Referências

  1. Artigo Original: Detection and quantification of Salmonella enterica in ready-to-eat turkey breast using traditional plating methods and PMA-qPCR. Disponível em: Artigo completo.
  2. Neoprospecta: Técnicas modernas para a detecção de patógenos. Acesso em: Neoprospecta.
  3. Literatura Científica sobre PMA-qPCR: Diversos estudos abordam a eficácia do PMA-qPCR na detecção de bactérias VBNC em alimentos prontos para consumo, reforçando sua importância na segurança alimentar.